Renascença 100 Anos (1922-2022) e Liceu Lycée Pasteur 100 Anos são dois livros de escolas que celebraram 100 anos, em 2022 e 2023. O livro sobre o Liceu/Lycée, bilíngue português-francês, foi escrito em coautoria com a historiadora Marisa Midori Deaecto.
As origens do Liceu remontam à criação do Groupement des Universités et des Grandes Écoles pour les Rapports avec l’Amérique Latine, em 1908, que enviou ao Brasil dois representantes, Georges Dumas e Paul Richet, para estreitar laços com as elites intelectuais locais. Essa missão mobilizou intelectuais paulistas atuantes em instituições de ensino superior (Escola Politécnica, Escola de Comércio, Faculdade de Direito e Faculdade de Medicina), e na Escola Normal, que organizaram em 1909 a União Escolar Franco-Paulista. A partir dessas inicitivas foram construídos uma escola no Rio de Janeiro, em 1916, com a abertura do Liceu Franco-Brasileiro, e o Lyceu Franco-Brasileiro “São Paulo” – futuro Liceu Pasteur, em 1922.
O Gymnasio Hebraico Brasileiro Renascença, por sua vez, foi fundado em São Paulo em 1922 por imigrantes judeus que organizaram uma escola para oferecer o currículo oficial e o diploma de primário ao mesmo tempo que ministrava um ensino judaico formal, incluindo ídiche e hebraico. E a escola ainda tinha um aspecto profissionalizante que foi central até os anos 1940. O ídiche era a língua do cotidiano dos imigrantes que fundaram o Renascença, em sua maioria oriundos da Europa Oriental, da Polônia e das províncias do Império Russo. Já o hebraico era ensinado para ler a língua da Torá, a Bíblia, a língua da tradição milenar e, ao mesmo tempo, era ensinado como língua moderna, recriada no final do século 19 com o movimento sionista.